Sítio Campina - Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã (RDSU)
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã (RDSU) está situada no nordeste do Estado do Amazonas, nos municípios de Itapiranga e São Sebastião do Uatumã, tendo sido estabelecida pelo Decreto Estadual n° 24.295 de 26 de junho de 2004. A Reserva abrange uma área de 4.244 km2 e encontra-se a 150 km em linha reta de Manaus, em direção nordeste. A região apresenta florestas de terra firme, florestas de igapó, campinaranas. O clima da área é equatorial pluvial, com chuvas predominantes no período de novembro a abril. A temperatura é uniforme, com média de 27 °C, e a precipitação média anual em torno de 2.030 mm. A RDSU foi criada com o intuito de garantir a exploração sustentável e a conservação dos recursos naturais renováveis, tradicionalmente utilizados pela população extrativista residente no local. A autorização para realizar estudos nesta Unidade de Conservação Estadual deve ser obtida no Centro de Unidades de Conservação da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas (SDS/CEUC). O acesso às áreas de estudo na RDS Uatumã é feito por veículo motorizado e lancha com motor de popa. A distância é de 240 km de estradas a partir de Manaus e cerca 60 km pelo Rio Uatumã.
As campinas são ambientes pouco conhecidos podendo ocorrer inundações sazonais por uma pequena coluna de água ou solos periodicamente encharcados (Junk et al. 2011). O termo campinarana é geralmente aplicado a um tipo de vegetação que se desenvolve sobre solos arenosos extremamente pobres (podzol hidromórfico ou areias quartzosas oligotróficas), na maioria dos casos hidromórficos. Campinaranas são, em sua maioria, áreas úmidas interflúviais distribuídas em forma de ilhas, que recebem água da precipitação local (Junk et al. 2011). As campinaranas ocorrem em grandes áreas ao longo do alto Rio Negro e na Amazônia Central, em uma área total entre 100.000-150.000 km². O gradiente de inundação gerado pela chuva nas campinaranas é determinante para a composição florística e estrutural da vegetação arbórea e como resultado, observa-se alto grau de endemismos de famílias, gêneros e espécies de plantas (Anderson 1981). Embora as fito-fisionomias florestais de campinaranas já tenham sido descritas e analisadas, como sumarizado por Vicentini (2004) e Damasco et al. (2013), ainda são escassas as informações sobre a ecologia das espécies arbóreas colonizadoras, suas idades, taxas de incremento e produtividade das formações florestais.